02 novembro 2004

Så som i himmelen

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Na semana passada fui ver um filme que achei ótimo e gostaria de recomendar. Um filme sueco chamado “Så som i himmelen” ( Assim como no céu), do diretor Kay Pollak, que descreve a trajetória do famoso maestro Daniel Daréus (Michael Niqvist) que por causa de uma doença grave, decide deixar a carreira e sonha em voltar ao pequeno povoado aonde nasceu e passou a infância, em Norrland, norte da Suécia. Gostaria de comentar algumas pasagens que me fizeram rir, chorar e achar que o cinema sueco vale muito a pena!

Foi um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos! Espero que vocês aí no Brasil também tenham a oportunidade de vê-lo. O filme tornou-se ainda mais interessante para mim porque assim como o personagem principal, sinto saudades da minha terra, de lugares que conheci quando ainda era criança e que estão longe de mim agora.

Tem uma cena em que, após mais de 25 anos longe da Suécia, ele volta ao seu pequeno povoado, durante o inverno, e decide que vai morar na escola aonde ele estudou na infância. Após deixar as malas no local e tentar se sentir em casa, num ambiente gelado, com apenas algumas cadeiras e nada mais, ele vê a neve cair, decide sair e provar novamente a sensacão da neve gelada batendo em seu rosto.

É um momento em que ele se sente em paz, feliz por experimentar novamente o sabor da neve. Como viveu muito tempo fora, parece que os hábitos dos suecos, como por exemplo fazer pausa para cafezinho o tempo todo, comecam a irritá-lo. Parece que ele, inicialmente, tem dificuldades em aceitar tracos da sua própria cultura.

Aos poucos ele comeca a encontrar amigos de infância, conhecer novas pessoas no vilarejo e se envolver com as atividades locais. Ele acaba descobrindo que existe um coral na vizinhanca que se reúne sempre para treinar músicas que serão cantadas nos cultos da igreja da cidade, através de um dos vizinhos que o convida para treinar o coral. Num primeiro momento ele revela total desinteresse, mas depois de um tempo, ele aceita o convite e o filme deslancha.

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Ele vira uma espécie de “herói” no povoado e tem a chance de entrar mais e mais na vida dos habitantes do local. O gosto pela música faz com que pessoas e histórias se encontrem e acontecimentos comecem a transformar a vida de todos. O coral reúne pessoas de todos os tipos: um cara que adora fazer piadinhas sobre a vida alheia, uma beata que começa a mostrar interesse pelo maestro, uma mulher vítima da violência doméstica ( interpretada pela cantora sueca Helen Sjöholm), um garoto autista que descobre seu talento musical, a mulher de um pastor que acaba se “descobrindo”, uma garota que se apaixona pelo maestro e faz com ele, mesmo sem saber, se apaixone pela primeira vez na vida.

Så som i hemmelen é uma boa surpresa do cinema sueco, que foge do estereótipo sisudo de Ingmar Bergman e faz o público rir, chorar e voltar para casa pensando na história!