25 junho 2008

Filha

Grandes, vivos, impávidos.
São eles, os olhos da luz dos olhos meus.
Linda, ela toca tudo que vê.
Peralta, carne de mim, num corpo de pequena mulher.
Intensa, ela chora, me arranha, faz manha e me mostra o amor.
Ele, sem máscaras, amor genuíno.
Ela me ama sem pesos e medidas.
Eu? Eu amo de volta!
Perfeita.
Ela é minha.
Ela é dele.
Pai que olha azul para o mundo.
Ela é linda de novo, mais uma vez, toda hora.
Pezinhos, mãozinhas, a minha pequena cresce e quer descobrir o mundo.
Boquinha, ela ensaia palavras de paz.
Ela grita, esperneia, desafia a minha paciência.
Faz de mim mais mulher, faz de mim plenitude e tolerância. Nos meus bracos ela dorme…faz de mim mãe prá vida inteira

Sampa na mente

Acordei com gosto de Sampa na boca,
gosto paulistano, gosto de coracão despedacado.
Acordei com fome de Liberdade, bairro da Liberdade.
Gosto de garoa, gosto de pastel, de garapa e de fondue.
Acordei pensando em você, linda, esguia e cheia de sonhos prá me vender.
Gosto de Paulista, de Avenida Paulista, sentido Consolacão.
Acordei com vontade de filminho no Espaco Unibanco, de esticadinha até o Belas Artes,
com vontade de dormir e sonhar nos teus bracos.
Gosto de imprecisão, de impetulância, de passeio na Benedito Calixto.
Acordei com vontade de voltar a dormir e cair na sua teia, na tua veia de ruas, avenidas e cruzamentos.
São Paulo é prá sempre a minha casa, a minha asa, o meu templo, o meu latifúndio.