18 outubro 2006

Bokens dag com Kallifatides


Ontem foi Bokens dag, dia do livro, aqui na minha cidade. O teatro promoveu uma série de palestras com alguns escritores famosos aqui a Suécia. Alguns com livros também publicados em outros países. Há umas três semanas fiquei sabendo que um dos meus escritores favoritos por aqui, o greco-sueco Theodor Kallifatides, participaria do evento. Já falei sobre ele num post chamado "Formigas na cabeca"! Fiquei contente com a possibilidade de, quem sabe, poder vê-lo de perto ou até mesmo cumprimentá-lo.

Na dúvida, se seria possível ou não trocar umas palavrinhas com Kallifatides, comprei o seu mais novo livro – Herakles - e passei a sonhar com a possibilidade de receber um autógrafo. Tenho minhas preferências, gosto de algumas pessoas públicas, mas não tenho muitos autógrafos. Os que tenho, consegui nos meus 20 e poucos anos...dentre eles, o de Flávio Venturini(post anterior).

Bom, mas voltando ao Kallifatides, sempre que eu encontrava algum colega no corredor, perguntava se alguém o tinha visto chegar. Enquanto estava de papo com um dos fotógrafos do evento, de repente, ele faz uma pausa na conversa, olha prá alguém que está atrás de mim e diz: “oi, Theodor....essa é a Claudia, que estava esperando prá te conhecer!”. Olhei prá trás e dei de cara com aquele sorriso maroto, aqueles olhos gregos, daquele homem admiravelmente culto! Nos cumprimentamos, trocamos algumas palavras e, naturalmente, eu esqueci de comentar sobre os livros dele que já tinha lido, o quanto ele me inspirou...não que ele precise ou queira saber sobre as minhas pequenezas. Mas a gente sempre pensa que poderia ter sido muito mais eloquente numa situacão dessas!

É incrível como essas boas surpresas nos fazem ganhar o dia! Tive a possibilidade de encontrar uma pessoa que eu admiro desde quando cheguei aqui, há 3 anos atrás. Kallifatides me inspirou, me fez ter vontade de estudar a língua sueca cada vez mais, com dedicacão e afinco. Ele se descreve como um homem que escreve como um sueco, mas que pensa como um grego! Kallifhatides e eu temos algo em comum...aprendemos sueco em três meses! Explico: em três meses já era possível entender muitas coisas, ousar se comunicar, mesmo com as dificuldades que se tem quando se comeca a aprender uma nova língua.

O primeiro livro que li em sueco foi escrito por ele! Kallifatides, o mais sueco dos gregos. Ele, o estrangeiro com o sueco mais perfeito que um estrangeiro pode sonhar em escrever....30 anos de Suécia, 37 livros escritos!



Foto:Marie Nilsson/Pressens bild