Sinto que o jeito do brasileiro é único, diferente, encantador. Essa pieguice de definir o brasileiro como um povo alegre, e simplesmente, é realmente a nossa cara. Somos assim, somos alegres, com garra, vontade de viver, sorridentes, especiais. Nesses dois anos de Suécia, acho que abri os olhos para muitas diferenças, vantagens e desvantagens de se morar fora.

A saudade do Brasil e dos brasileiros ficou maior e o meu patriotismo de Policarpo Quaresma - personagem de um livro do Lima Barreto - que sempre foi grande, apesar dos pesares, parece que aumentou! O Brasil e o brasileiro tem algo que mesmo os estrangeiros conseguem perceber, gostar e se encantar.
Essa simpatia, essa espontaneidade, esse calor humano, essa solidariedade, essa desinibição de puxar papo nas filas, nas lojas, no ônibus, no avião…são atitudes confortantes. Que fazem qualquer pessoa se sentir em casa!

Sinto falta desse calor humano aqui e em outros países europeus. Mas não é porque estou fora e sinto uma saudade extra do Brasil e dos brasileiros que os meus olhos se fecham para os absurdos do país. Os descasos, a miséria, a corrupção, a descrencça no mártir petista, enfim, não dá para aceitar. É incrível que a ultrapassada frase “O Brasil é o país do futuro” continua sendo proferida na tentativa de se ter esperança e acreditar que todos os fracassos da sociedade brasileira ainda podem ser sanados. Será?

De qualquer forma, o sabor do chop paulistano, a crocância de um bom pastel de feira e o bom humor do brasileiro vão sempre me fazer à cabeça.