17 maio 2006

Eu - apenas!


São 22.18, acabei de chegar do trabalho! Tive um dia longo – comecei às 9h00 e terminei às 21h00, mas sabe que tudo bem? Tô com dor nas costas, cansada prá caramba, mas me sentindo feliz! Sei lá…mil pensamentos na cabeca, vontade de escrever e partilhar um pouquinho das minhas divagacões!

Tava pensando que personalidade, dizem alguns, é algo que nasce com a gente. Totalmente formada até os 7 anos de idade, dizem outros, e sem uma personalidade marcante não somos ninguém, dizem alguns.

Quando a gente mora perto da família, dos amigos, de pessoas que te viram crescer, te conhecem há um certo tempo, é normal que eles saibam um pouco ou muito sobre quem você é, sua história de vida, conquistas e fracassos.
Mas quando você muda de país…quem é você? Quem é você para os outros, para o mundo de desconhecidos que te rodeia? É importante ser "alguém" para os outros ou só prá você mesmo?

Para as mulheres que se mudam de país por amor…seriam elas simplesmente sombras de seus maridos, parceiros, nesse comeco de vida nova? Como somos vistas pelos outros? O sentimento de ter que ser ”Claudia, brasileira e esposa do Jonas”, nunca me transmitiu muito conforto. Queria a minha vida, a minha existência, àquela que sempre tive no Brasil.
Queria ser apenas Claudia, ou Claudia, jornalista, impávida, intensa, crente em dias melhores…sei lá!Mas não queria ser definida apenas como um nome, uma nacionalidade e um estado civil!
Sinto que cheguei num nível de mais conforto agora! Agora eu sou quem eu tinha saudades de ser desde o dia em que decide morar na Suécia.

Queria provar prá mim mesma que era possível ser a mesma Cláudia workaholic, cheia de idéias, paradoxos, impaciências.
Eu preciso de mim, eu preciso ser eu mesma sempre, independente do lugar do mundo aonde eu more ou me instale. Eu gosto de ter o meu espaco, de criar, de esculpir, de idealizar, de opinar, de discutir!

O dom de me sentir útil, necessária prá mim mesma e para outras pessoas é algo que me aquieta a alma. Gosto do gosto de poder inspirar, impregnar, amparar!
Ao chegarem no final desse texto, quero que tenham em mente que os meus pensamentos podem estar um pouco inconcretos, lunáticos, embaracados – em razão do meu longuíssimo e cansativo dia -. Mas ao mesmo tempo, esses pensamentos estão totalmente abertos, convidativos, penetrantes e com vontade de acordar os seus pensamentos e emocões!
Boa noite!

Foto: Eu e tudo que me permito mostrar a uma hora dessas!

6 comentários:

Magui disse...

Para mim vc e a Claudia forte e corajosa que teve a generosidade de abrir mao da posicao de jornalista , culta e que escreve super bem para ser uma pessoa comum e comum fora de seu pais para dar a seus filhos um lugar junto de seu amor escolhido.Eu quero dizer ainda, que se alguem passou aqui com comentarios grosseiros em meu nome ( nao sei se o fez mas vc nao me visita mais ) �o fui eu.Seaman passada um imbecil tumultuou o meu blogue e a net suando links de terceiros no meu blogue e no meu blogue com links de terceiros. Nao fomos nos.
http.somagui.zip.net

Anônimo disse...

eu queria realmente saber quem sou, me pergunto todo dia.beijos

Anônimo disse...

Oi Claudinha, fico feliz que vc agora se encontrou. Isso e importante. Muito bom seu post. Bj

Anônimo disse...

Eu te entendo, Cacau. Acho também que mudar de país, com o consequente afastamento da família e amigos, nos ajuda a descobrir nossos potenciais, que poderiam não se revelar, se continuássemos no nosso confortável "útero" emocional. Beijok.

Anônimo disse...

Cau!!

Amei sua mais nova confidência!

É,para mim, mais uma prova de que, por mais que a gente tente escrever pros outros, acabamos sempre escrevendo para nós mesmas.

Posso te dizer uma coisa: às vezes não é preciso mudar de país por amor para se sentir como você falou. Isso pode acontecer mesmo com aquelas pessoas que vivem anos e anos próximas dos "seus". O que eu acho que acontece é que a gente, muitas vezes, se reduz ao nosso mínimo, nos auto-incubamos, para florescermos muito maiores e melhores tempos depois...

...como borboletas que retornam para os casulos de tempos em tempos, simplesmente para se reinventarem.

;-)

Um beijão e que bom saber que está se movimentando bastante por aí!

Anônimo disse...

Sei q tu nem imagina quem eu sou. Mas queria dizer q este foi um texto muito interessante. Eu moro no Brasil e meu sonho é morar na Suécia; então eu as vezes me pergunto: Tudo vai mudar? Eu vou ter q ser outra pessoa? Como as pessoas de lá irão me enxergar?
Coisas assim. Seu texto me ajudou a ver como será um pouco desta minha mudança.
Eu tenho apenas 15 anos, mas tenho certeza que um dia vou morar aí...
Obrigado. Ah! Vc escreve muito bem!!