27 janeiro 2007

Estilista Ronaldo Fraga exalta a China em desfile



SÃO PAULO - Um bando de alfinetes se espetando para sobreviver. Assim, com uma poesia cortante, Ronaldo Fraga nos remete à sua China.


De cara, joga sobre nós a imagem do refeitório da fábrica, de onde saem todas as cópias, todas as produções em séries ilimitadas, para desespero do mundo capitalista.


Nos uniformes, seu cenário vivo lembra a todos que aquilo que você consome passa pelo arroz com pauzinho do país da grande muralha. Ainda que perturbador, Ronaldo Fraga brinda os fashionistas com mais um desfile incrível.


Em sua China brotam plissados, maxipantalonas, inúmeros tops que flertam com a modelagem dos kimonos, e se refazem em construções de tressês de tecido. A seda com brilho está lá, as porcelanas, os uniformes comunistas, um brocadinho aqui, um xadrezinho acolá (como diz Fraga, mineiramente).


O que dizer da estampa da multidão de rostos, digna de um país de um bilhão de habitantes? Só ele é capaz disso. São tantas as informações, as imagens, os shapes, os tecidos, que os olhos parecem não conseguir acompanhar o turbilhão de boas de idéias de Fraga.


Dos braceletes de inox à microbolsinha, dos cabelos em tranças aos sapatos e botinhas delícia de usar, tudo nesta China fashion encanta. "Moda não muda o mundo. Quem muda o mundo são as pessoas. A moda só muda as pessoas".


A poesia de Fraga muda a cada temporada. E a gente já não sabe mais viver sem suas histórias construídas de imaginação e pano.


No cenário


Tinha grife também entre os chineses-cenário do desfile de Ronaldo Fraga. O estilista Jum Nakao era um deles. O cabeleireiro Celso Kamura também. Eles, e todos os outros, comeram arroz de verdade durante o desfile. Atenção também para a mensagem: Free Tibet.

Fonte: AE
Foto: Grife de Ronaldo Fraga / Jonne Roriz - AE

* Fui ao SP Fashion Week, ontem, ver o desfile do mineiro Ronaldo Fraga. Bem interessante!!!

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